Quando decidi começar a ler o Ecologia da Joana Bértholo não sabia exatamente no que me estava a meter: iria começar a ler um livro que, se o tivesse de classificar, seria com esta palavra: potente. Será que teria de pagar muito por ela?

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Quando decidi começar a ler o Ecologia da Joana Bértholo não sabia exatamente no que me estava a meter: iria começar a ler um livro que, se o tivesse de classificar, seria com esta palavra: potente. Será que teria de pagar muito por ela?
O Museu Nacional de História Natural e da Ciência inaugurou, como tantos outros museus, exposições em plena pandemia. Esta foi uma delas. Esta exposição comissariada por Cristina Branquinho desafia-nos a conhecer, dentro do espaço de 1200 metros quadrados, os principais ecossistemas portugueses, repartindo-se assim por dez ecossistemas: urbano, montanhoso, florestal (incluindo bosque, montado e estepe), maciços calcários (incluindo grutas), sistemas aquáticos (águas rápidas, águas lentas, paul), estuário, costa arenosa, costa rochosa, oceanos e ecossistemas insulares, com enfoque nos Açores e na Madeira.
Continue reading “Pode a palavra equilíbrio ser sinónima de ecossistema?”No passado dia 23 de abril fui ver o espetáculo do Teatro Griot, O Riso dos Necrófagos na Culturgest. Dirigido por Zia Soares, esta peça de teatro/dança/performance está concebida, para nos captar a atenção e o pensamento. Este espetáculo é uma chamada de atenção para não perpetuar o esquecimento dos horrores vividos na Guerra da Trindade ou massacre de Batepá. Trata-se de mais um episódio sangrento fez parte do processo de desumanização que foi o colonialismo português.
Na semana passada iniciámos um projeto de fotografia. Já há algum tempo que tencionava colocar uma máquina fotográfica nas mãos das crianças e observar as suas decisões: tendo apenas a hipótese de tirar duas fotografias, o que iriam decidir fotografar?
As minhas últimas leituras, embora numa primeira impressão não tivessem nada em comum, acabaram por me fazer criar conexões que me surpreenderam. O que têm em comum George Orwell e Grada Kilomba? Uma profunda reflexão sobre a língua enquanto sistema de poder sobre o pensamento.
Ontem começou mais uma temporada daquilo que, na essência, é tudo menos Escola. A Escola é para se viver com o corpo, com todos os sentidos possíveis, em comunhão com os que dela fazem parte. No entanto, tendo em conta as circunstâncias, compreendo esta tomada de decisão. Apenas lamento a azáfama em que os professores têm estado para preparar mais uma fase do ano letivo em modo digital, da mesma forma que partilho da angústia de muitos pais que se vêm sem mãos a medir para conseguirem teletrabalhar e dar apoio aos filhos.
Elefantes Não Entram de Lisa Mantchev ilustrado por Taeeun Yoo, Bichinho de Conto.
“Numa sociedade, se houver espaço, nunca há conflito”. Esta frase de Afonso Cruz (em “Jesus Cristo Bebia Cerveja”) podia muito bem ser uma apreciação deste Elefantes Não Entram. Como é que uma frase tão séria, de um livro para adultos, pode ser tão certeira para caracterizar um livro para crianças? Porque se trata de um livro que aborda um assunto muito sério e cada vez mais urgente. Esta história faz-nos refletir sobre a diferença que existe entre tolerar e conviver; entre aceitar diferenças e viver diariamente com elas. Viver numa aldeia global é isto. Como criar espaços de convivência harmoniosa e respeitadora quando atravessamos uma época em que, cada vez mais, se ouvem vozes segregacionistas? Como desconstruir os mitos à volta do outro, em que o ser diferente ou divergente é sinónimo de exclusão?
Passei os meus 17 anos a ansiar fazer 18. Fazer 18 anos pode ser um marco na nossa vida. Para mim foi, pois teve um significado muito especial: já podia votar. Ansiava poder usufruir do meu direito. Nasci numa família que sempre falou de política e sempre valorizou esse ato. Usei o meu poder de voto logo no ano seguinte, numas presidenciais.
Menino Menina, de Joana Estrela, Planeta Tangerina
Por estes dias fará dois anos que frequentei uma formação sobre género na infância no Teatro Municipal São Luiz. Esta formação foi feita a par com a exibição do espetáculo “É pró menino e prá menina” de Catarina Requeijo. Embora o assunto não me fosse de todo desconhecido, a verdade é que aquele momento de partilha me ajudou a refletir sobre estas questões. Aquilo que definimos como género masculino ou feminino está fortemente ligado aos costumes de uma dada comunidade ou da cultura de uma sociedade.
Estávamos a meio do mês de janeiro de 2020 quando decidi comprar a agenda do ano. Quem me conhece sabe que sou da velha guarda: não me habituo à agenda do telemóvel, preciso de escrever no papel, de riscar o que foi anulado, de fazer um visto no que foi feito. Além disso iria acabar a licença de maternidade a 1 de abril. Precisava de me organizar. Mas voltar a trabalhar no dia 1 de abril foi de facto uma grande mentira.