Tu e Eu e Todos de Marcos Farina, Orfeu Negro
Que somos todos diferentes, isso já não é novidade. As crianças sabem ler muito bem as diferenças que existem entre si e não me refiro apenas às diferenças físicas: as maneiras de ser, os modos de estar também são comtempladas pelas avaliações que fazem às pessoas. Tal como acontece com os adultos, é natural sentirem mais empatia com uns colegas, do que com outros.

Há pouco tempo, cada um tinha feito o retrato do colega do lado. O olhar estava treinado para descobrir diferenças. Foi neste contexto que introduzi a seguinte questão: todos somos diferentes uns dos outros em muitas coisas. E em que é que somos iguais, já pensaram nisso? Que coisas é que temos em comum? Que coisas é que todos fazemos?

Começámos então a fazer uma compilação de coisas que todos fazemos. Foi interessante verificar que o raciocínio estava muito ligado àquilo que entretanto fomos descobrindo ao longo do livro de Marcos Farina. Neste livro cabem muitas coisas que são comuns àquilo que todos nós somos – seres humanos dotados de emoções e necessidades fisiológicas.

Disse às crianças: “comentários, ideias e perguntas, escrevam-nas e depois de lermos o livro iremos todos conversar sobre isso”. Ficaram fascinados com o estilo da ilustração.

Eles deixam-me de queixo caído com alguma frequência. Este exercício não foi exceção.

Se até uma criança de 7 anos tem consciência de que todos têm de ser como são, como é que isso escapa a tantos adultos?
