Excêntrica. É assim que me sinto quando vou visitar algum museu com a D.. Há sempre quem estranhe, há sempre quem sorria, há sempre quem olhe com um certo ar de desdém e com uma expressão de “isto não é lugar para se trazer um bebé”. Os bebés choram e os museus querem-se silenciosos não é verdade?
Algumas amigas que foram mães recentemente têm-me perguntado isto: a partir de que idade é que devemos começar a ler para os bebés? A minha resposta é esta: desde sempre.
O D. ouve histórias desde o útero. Histórias inventadas por mim, relatos do dia, pensamentos e devaneios que com ele fui partilhando durante a gestação. Não se escapou também às sessões de Histórias para Bebés, pois dinamizei várias quando ele estava na minha barriga.
A primeira vez que lhe li uma história depois de nascer foi quando ele tinha 15 dias. A primeira vez que o sentei ao colo e lhe pus um livro à frente tinha um mês. Desde então os livros fazem parte da vida dele, seja através da rotina, em que lemos 2/3 histórias antes de ir dormir, seja porque espontaneamente vai buscar livros às estante e conta ele as histórias aos bonecos (tem agora quase 2 anos e meio).
Esta foi uma das perguntas que a Susana Menezes (diretora artística do Lu.Ca) lançou na passada 2ª feira, numa das sessões do curso de Mediação Cultural promovido pela Acesso Cultura. No primeiro grupo de discussão chegámos a esta conclusão: a mediação cultural é um espaço de partilha de poder.
Este é o meu ponto de vista: quando me encontro na minha posição de mediadora cultural estou plenamente consciente de que ocupo um lugar de poder. Porquê? Porque independentemente de estar a criar atividades, a orientar visitas/oficinas/, a criar uma narrativa, a escolha daquilo que é destacado está do meu lado.
Já tinha referido aqui que me suscita muito interesse o desenho na infância, sobretudo as manifestações gráficas dos primeiros anos de vida. Tenho dedicado algum tempo à observação desses momentos com o meu filho e tem sido fascinante descobrir algumas coisas à medida que vou fazendo leituras sobre o assunto.
Recentemente comecei a ler o livro “A Linha como Linguagem” de Alejandra Dubovik e Alejandra Cippitelli, editado pela Phorte Editora numa encomenda feita ao Projeto Kalambaka. No início é feita uma apresentação da pesquisa elaborada por Rhoda Kellogg que nos permite ter ferramentas-base para analisar desenhos, o que me deixou bastante tentada e acabei por fazê-lo com os desenhos do D..
A Diana Niepce foi-me apresentada num evento da Acesso Cultura em 2019: “Ana Sofia esta é a Diana, é nossa associada e é bailarina” disse a Maria. Disse olá à Diana e o que senti foi isto: uma imensa curiosidade – como seria a sua dança?
Uma das coisas que sempre me despertou muito interesse enquanto educadora foi a forma como as crianças começam a desenhar. Atualmente, como mãe, observar a minha criança de dois anos a desenhar é dos momentos mais zen que já vivi.
Um dia destes, quando estava a inserir novos eventos do website Cultura Acessível (um projeto da Acesso Cultura), fiquei a saber que as Grutas da Moeda fazem visitas acessíveis com recurso a pictogramas e materiais em Braille.
No passado fim de semana tive a oportunidade de ir visitar estas Grutas e o respetivo Centro de Interpretação Científico-Ambiental que, diga-se honestamente, tem uma coleção de minerais incrível, bem como lindos fósseis (sou fã de nautilus e da sua relação com a sequência de Fibonacci). Naquele momento voltei a ter 11 anos, altura da minha vida em que andava indecisa entre ser egiptóloga ou geóloga. Quis o destino que não fosse nenhuma destas duas profissões mas abracei uma que me permite trabalhar com todas estas áreas do conhecimento.
Na semana passada fui ver Antígona, uma tragédia grega clássica com assinatura de Sófocles, encenada por André Murraças. Antígona é irmã de de Isménia, Polinices e Etéocles. Por querer dar um funeral digno ao irmão Polinices, ao ser encontrada a enterrar o corpo do irmão, Antígona é condenada a ser enterrada viva por Creonte, um tio que tomou o poder e que decretou que o corpo de Polinices devia ser abandonado, ficando à mercê dos animais. No fundo, a heroína desta história personifica o pensamento livre e a emancipação das mulheres numa época em que a população feminina não tinha qualquer tipo de voz política.
Fui ver a peça “Calígula morreu, eu não”, no TNDMII, encenada por Marco Paiva com texto de Clàudia Cedó. Este foi o primeiro contacto que tive com o trabalho dos atores da companhia Terra Amarela, e estreei-me também como espectadora de um espetáculo que tem em palco atores Surdos e atores com deficiência. Há aqui uma particularidade a dar destaque – a peça é falada nas quatro línguas dos atores que lhe dão vida: Português, Espanhol, Língua Gestual Portuguesa e Língua de Signos Espanhola.
O Museu Nacional de História Natural e da Ciência inaugurou, como tantos outros museus, exposições em plena pandemia. Esta foi uma delas. Esta exposição comissariada por Cristina Branquinho desafia-nos a conhecer, dentro do espaço de 1200 metros quadrados, os principais ecossistemas portugueses, repartindo-se assim por dez ecossistemas: urbano, montanhoso, florestal (incluindo bosque, montado e estepe), maciços calcários (incluindo grutas), sistemas aquáticos (águas rápidas, águas lentas, paul), estuário, costa arenosa, costa rochosa, oceanos e ecossistemas insulares, com enfoque nos Açores e na Madeira.